Discernindo a Existência

Discernindo a Existência : Será que é possível ?

A Vida é um Presente

A Vida é um Presente
Então, desfaça o laço com carinho, desembrulhe sem pressa, abra a caixa, contemple a beleza que lhe foi imputada e aproveite cada segundo desfrutando de seu bom uso.
Aproveite, ame sem preconceito, divirta-se com sabedoria, estude, conheça, informe-se, pois conhecimento ninguém lhe tira, faça boas ações, embora cometer erros faz parte da vida.
Porém, o mais importante é que realize seus sonhos, ainda que pequenos, médios ou grandiosos. Não desperdice seu tempo pensando no que poderá acontecer, faça o que puder e enquanto puder, antes que o arrependimento lhe pegue e seus momentos se transformem em frustração.
"Nós temos hora para chegar e partir, então aproveite o intervalo".

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Observando a Noite



wellingtonprimo.blogspot.com


Dia desses saí pela noite, visitei um lado da vida que na verdade não havia feito antes. Quando tinha idade para tal, meus pais não permitiram e mais tarde assumi outras responsabilidades que também me impediram. Enfim, hoje com a evolução e mudança de hábitos e culturas não assumiria àquelas responsabilidades de jeito algum. Bom, o tempo passou e muita coisa ficou para trás!

A oportunidade se apresentou e me permiti conhecer a noite não só dos mais jovens, mas de um público de idades variadas. Encontrei-me num espaço bonito, agradável onde todos até determinada hora conversavam sobre afinidades, trabalho, relações etc.

Porém, estes assuntos têm tempo determinado num espaço como aquele. Passei então, a observar os jovens que num primeiro momento suponho que deveriam ter entre 18 e 30 anos. Todos com uma garrafa de bebida nas mãos, rapazes e moças, pelo rótulo tratava-se de bebida alcoólica, ice, vodka, cerveja, chopp e outros drinks sem especificação.

Lá pela madrugada, para mim tarde, e para eles cedo demais, estavam todos dispostos a dançar, pegar ou apenas se divertirem. Comecei a perceber o efeito da bebida naqueles corpos jovens andantes do local. Rapazes e moças trocando os passos como se estivessem andando pela "ponte do rio que cai", "num tá fundo, tá raso", sem orientação para onde ir.

Aqueles mais experientes ou com mais idade por assim dizer, sem o menor preconceito, estes ainda permaneciam em equilíbrio, copos na mão, andar firme e olhares fixos em busca de uma caça, afinal parte do intuito ali, suponho que seja o de "pegar alguém"

Impressiona-me como para se autoafirmarem perante seus amigos, estes jovens bonitos, bem vestidos com roupas de marca, blackberry nas mãos, gírias atualizadíssimas e repito muitos "amigos" entornam literalmente graus e graus de etílico goela abaixo, como se isto fosse a coisa mais importante, o momento mais fashion da balada. Como dizem os mais jovens é "surreal", é "sinistro"!

Tanta beleza, jovialidade, saúde e dinheiro jogados no ralo para simplesmente permanecerem naquele grupo, "naquele grupo de amigos", "os caras". Se não fazem assim, são taxados ou qualificados ou intitulados como "manezão", "bundão", estes são até amenos, pois existem outros títulos mais pesados.

Não sei se faz parte da idade ou da liberdade exagerada ou do vício cultural, e uma permanente mania que brasileiros têm de imitarem as ações e reações dos sujeitos de outras nações. Pois, infelizmente, sempre se cultuou a cultura, política, educação, costumes e hábitos de outras nações por se julgar que estas são mais desenvolvidas e conscientes que a nossa. Sinceramente, neste tocante não reconheço nada superior a esta ou a outra, estão na mesma linha, linha da ignorância cultural.

E seguindo a observar o espaço, sobrou muita pegação, se pega qualquer um para beijar na boca, no pescoço, abraçar, se encostar e tudo o que for "permitido". Se estiver sozinho naquele lugar, sem uma companhia feminina ou masculina, provavelmente, é porque está na pista não só para dançar, mas para negócio e estando lá para este fim, as portas estão abertas e passas a ser uma espécie de "sabonete" , que ao se aproximar de outro, mãos percorrem algumas partes do corpo, bocas se encostam sem nunca terem trocado palavras e aí se formou o que se fala comumente no meio "só to pegando".

Como todo observador, reservei-me ao ato de observar, não faz parte do "meu show" a tal "pegação", embora tenha sido observada por alguns, recebido "xaveco" de outro, mas não me deixei ser sabonete, até porque não o sou. O meu tempo é ainda outro, nada me permito senão houver sentimento, senão houver afinidades. Bom como disse pertenço a outro tempo, a outro modo de pensar.

Assim permaneci na platéia, apenas uma espectadora das mudanças do cotidiano, assistindo a cada ato da cena que o teatro real nos mostra e que ás vezes não temos a oportunidade de assistir a peça tão de perto, sentada na fila do gargarejo.

É o mundo diferente que vivo que em alguns momentos não coaduna com meus princípios, pois para mim sem sentimento não há relacionamentos, se não há amor não há afinidades , se não há comunhão não há carinho, se não há cumplicidade não há entendimento, logo não há laços que se unam em momentos prazerosos. É apenas a tal pegação!

E assim, percebo que os sentimentos se encontram tal como o álcool em qualquer garrafa, e é volátil.

Em suma, como não faço parte desta peça, não estou na "pista pra negócio"!

2 comentários:

  1. Muito bom.É hoje está tudo muito diferente. Você conseguiu estudar antropologicamente a BALADA.Só você amiga!!!

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  2. Olha Márcia, nem me atrevo a falar sobre a "night", até por que, nunca fomos "próximos". Sempre achei que a noite fosse feita para dormir, além do que, sempre entendi que a noite não combina com meu estilo (entenda beleza),como não faria sucesso, sempre achei melhor evitar esses ambientes. Além do mais, detesto cigarro, bebida e afins, em outras palavras sou careta e portanto , chato. Por isso passei ao largo desses ambientes, e vivo "bem obrigado". Grande abraço!alexgeoii

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