Não sou ARARÁ. Eu penso, logo existo e como EXISTO!

Fico impressionada com as diferentes formas de conhecimento hoje, exaltadas. Há uma chuva de livros, frases, palavras e sílabas... relacionadas à literatura de autoajuda, auto-conhecimento e auto sei lá mais o que.

Como se ganha dinheiro escrevendo sobre conhecer-se, transgredir, reconhecer, escolher, mudar, optar, ônus e bônus. Gostaria de saber em que momento de nossas vidas estes verbos não fizeram parte do nosso cotidiano? Acho que sempre.

Sempre conheci desde pequena receitas de bolo e para outros fins, agora receita para viver, ainda não. Pensemos, se lermos a Bíblia tal como deve ser lida e interpretada (cá pra nós, há um trilhão de interpretações), de modo simples apenas, à luz da luz, não à luz desta ou daquela filosofia ou religião. Com um pouco de boa vontade, se entenderia que ela por si só, é um livro de auto-ajuda. Uma vez que temos Deus como Ser Supremo e que cultuamos a Bíblia como criação do bem viver à luz de Deus, então não seria necessário tantos livros de auto-ajuda, conhecimento etc.

É engraçado e como minha mente é mais rápida que minhas mãos para escrever, então às vezes o pensamento passa batido e a mão não dá conta do mesmo. De qualquer maneira, retorno com grande esforço para pensar, por que as pessoas não se ajudam lendo o livro sagrado?

Não há na vida apenas um trilho ou caminho, em algum momento escolheremos o caminho a ser trilhado, a opção é de cada um e de como se vê a vida.

O fato é claro e o papo é reto!

As coisas acontecem, algumas por acaso, outras provocadas. Tanto uma quanto a outra gerará escolhas, mudanças, opções, ônus e bônus. O problema não está em nenhuma destas ações, mas sim na forma como são efetivamente conduzidas.

O Ser Humano tem uma tendência a pensar somente em si, como o único no mundo e esquece que tem outros ao seu lado, principalmente quando há acontecimentos que provocam outro desencadear de ações e reações.

Quando tomamos uma decisão penso eu, devemos ter ciência de que pelo menos três opções temos: à direita, o meio e à esquerda. Se à direta encontraremos uma opção, poderá ser boa ou não, se à esquerda acontecerá o mesmo e se escolhermos o meio - estaremos em cima do muro, ou seja, não decidimos nada!

Mas creio eu, que este ainda não seja o maior problema. O maior transtorno se dá quando suas decisões e mudanças etc, não estavam na consciência do outro. Vamos combinar não se vive sozinho! E as relações são inter-pessoais, qualquer que seja à ação, em algum momento de sua vida social e entre seus relacionamentos, esta ação afetará o transcorrer dos fatos. Se com ônus ou bônus, quem saberá é você!

Sendo assim, temos que estar preparados para o que vier, para o que vem do outro. Se houver concordância verbal, ótimo. Agora, se o mesmo não concordar com os pronomes, adjetivos e substantivos, então esteja preparado para o ônus e não lamente, simplesmente, aguente!

Certamente, que se o ônus aparecer será sinal de que "Alguém" ajudou este a ser construído. Possivelmente, antes da mudança se abriu uma brecha, algumas chances, encheu-se de esperanças, cativou-se, buscou-se, insistiu-se e certificou-se do quanto poderia se avançar no seu intento. Só que nem todo ser humano tem coragem para assumir suas "culpas", culpas sim, culpas por ter interferido na vida do outro e se aproveitando, talvez de momentos "especiais", se fez acreditar. E aí, o outro "entrou de gaiato no navio e entrou pelo cano".

Geralmente, o que acontece é que a problemática da situação não é resolvida, por que um entende que ele tem livre arbítrio e que o outro tem que aceitar as condições impostas. E se o último não quiser aceitar o "camarada" não está nem aí!

A realidade é esta! As pessoas são egoístas, querem resolver o seu interior, a sua problemática esquecendo que o outro sente tanto quanto ele. E aí, fica nesse chove não molha, tecendo frases positivas, felicidade é assim..., escolhas , mudanças etc.

Seria cômico senão fosse trágico perceber a forma que as pessoas encontram para fugir dos fatos ou dar uma explicação digna da dignidade do outro ou ser respeitoso com a vida e os sentimentos dos seus iguais.

As ações do cotidiano refletem para todos os lados, então o que deve ser avaliado por todos, principalmente pelo que é o causador é: Até onde eu posso ir? Onde é o meu limite e o limite do outro? Ou seja, pensar... "O meu direito termina, onde começa o seu." Isto não é só para direitos e deveres não, isto é para tudo na vida.

Se as pessoas respeitassem mais as outras em sua totalidade como: sentimentos, diferenças, limitações etc, muitos acidentes e incidentes entre estas seriam evitados. Mas, hoje só se quer saber do EU, primeiro EU, segundo EU, terceiro EU e assim por diante, não pensando no outro que de alguma maneira está envolvido nos acontecimentos e estes envolvem SENTIMENTOS.

Hoje me parece que as pessoas estão sendo programadas para olharem apenas para seu umbigo, não se importando com quem está ao seu lado. Não fazendo diferença se este ou aquele tem sentimentos ou não. Isto e tudo mais um pouco não importam, o que se cultua é : "Eu quero resolver o MEU problema. Eu quero a solução!"

E assim.... Cresce a humanidade, buscando ajuda nos livros de receitas para o bem viver, enquanto que o bem viver está nas entrelinhas do que é respeito ao próximo em todos os sentidos.

Estes livros são ótimos quando queremos esconder de nós mesmos os nossos problemas, o que nos aflige, o que nos preocupa e principalmente nossas culpas, sejam por acaso ou provocadas, ou ainda por acaso e provocadas. Quando as culpas não são desveladas, ou seja, "os pingos não são colocados nos Is", nada de fato ficará resolvido no seu interior e nem no interior do outro.

"A vida é simples, as pessoas é que complicam". Por isso, tudo fica mal resolvido e onde do amor poderia existir algo próximo da amizade, dificilmente irá existir e sabes por quê? Porque falta coragem para se colocar diante do problema. Julga-se que seja melhor escamotear, esconder-se, desprezar, fingir que não vê o outro, dispensar. O outro virou coisa nenhuma de nada.

Destitua-se da sua impossibilidade de enfrentar os fatos e coloque sua "cara à tapa", deixando de ser fingidor, um fingidor de boas maneiras e educação ou "deseducação". Aja com a conformidade da clareza, enfrentando com verdade e sentimento e se colocando no lugar do outro.

Nós, seres humanos, precisamos aprender a nos colocar no lugar do outro, antes de tomarmos atitudes que mudarão não só a nossa vida, mas a do outro também. Para isso se inventou o diálogo, a argumentação, a contra-argumentação, a réplica, a tréplica etc.

"Toda palavra proferida de nossa boca tem o poder para dar vida ou morte, depende de como ela será usada". Mateus 12 : 33 à 37.

Se o outro está sentindo dor e sofrimento, te garanto que não o faz por querer, mas infelizmente teve a "mãozinha" de alguém que o conduziu. Provavelmente, ele tenha acreditado na ilusão, pagou pra ver e se ferrou literalmente. E agora o causador quer dar uma de bom moço? Caia na real!. Este participou, cooperou, conduziu, contribuiu, encaminhou para situação. É o ônus ou querias só o bônus?

Quem sofre aprende, mas quem provoca o sofrimento em algum momento também aprenderá.

Sou mais as frases ou jargões ou ditados, como queiram, os antigos:

"Respeito é bom e eu gosto".

"Respeite para ser respeitado".

"Quem bate esquece, mas quem apanha não esquece".

"O seu direito começa, quando o meu termina."

"Para toda ação, existe uma reação"

Então, aguente o tranco e enfrente os fatos, a dor, o sofrimento o seu se tiver e do outro que sente por causa de sua atitude. É, meu "camarada", é o ônus e o bônus, crie coragem e honre o ser, o SER HUMANO que é!

Não se esconda, enfrente! Dialogue, fale, convença o outro e a si mesmo!

E então, quem sabe as dores e sofrimentos sejam amenizados e esquecidos, e tudo seja apenas mais uma página virada de outra grande história vivida?

Simplesmente, experimente!