Discernindo a Existência

Discernindo a Existência : Será que é possível ?

A Vida é um Presente

A Vida é um Presente
Então, desfaça o laço com carinho, desembrulhe sem pressa, abra a caixa, contemple a beleza que lhe foi imputada e aproveite cada segundo desfrutando de seu bom uso.
Aproveite, ame sem preconceito, divirta-se com sabedoria, estude, conheça, informe-se, pois conhecimento ninguém lhe tira, faça boas ações, embora cometer erros faz parte da vida.
Porém, o mais importante é que realize seus sonhos, ainda que pequenos, médios ou grandiosos. Não desperdice seu tempo pensando no que poderá acontecer, faça o que puder e enquanto puder, antes que o arrependimento lhe pegue e seus momentos se transformem em frustração.
"Nós temos hora para chegar e partir, então aproveite o intervalo".

sábado, 31 de julho de 2010

Saudades de Meu Pai -Canção da América



andre.aquino12blog.uol.com.br
Canção da América -Milton Nascimento

Ontem, assintindo Luciano Hulk, no quadro Lata Velha e ouvindo Canção da América confesso que meu dia ficou muito triste. Parece até uma coisa comum, esses altos e baixos no meu cotidiano, são as tais experiências vividas que nem sempre são boas e às vezes me sinto uma cobaia de laboratório. Sempre a serviço da ciência.
Bom o que me levou a escrever, está relacionado ao Sr. Zezinho, homem simples, pipoqueiro, locutor da rádio local, Mar de Espanha em MG e seu TL Mil novecentos e antigamente. Sua simplicidade, suas roupas, calça simples, camisa polo, sapatos brancos. Esta imagem me fez lembrar de meu saudoso pai, que por opção vivia também em Minas Gerais e por lá ficou eternamente e também em nossos corações. o Sr. Zézinho estava com o mesmo jeito do meu pai, suas roupas parecidas com as de meu pai, quando o vi pela última vez.Uma camisa pólo que o tinha dado de presente, calça jeans surrada, só usava chinelos mais abertos por causa de seus pés machucadas, mas gostava de sapatos brancos ou bege. Às vezes parecia um sambista, mas não o era, gostava mesmo de um forró ou música sertaneja.
Meu pai não vendia pipoca, mas era conhecido na cidade. Coisa de cidade pequena.
E assim, senti saudades dele, homem trabalhador, analfabeto, possuiu algumas Variantes I e II, irmã do TL, mas construiu tudo que temos com seu trabalho e coragem, era o Sr. Zé também. Nos deu estudo como queria, mas ainda não conseguimos construir o que ele construiu. A vida tem destas coisas!
Cada momento, ali no programa como num filme me fez recordar da minha infância, adolescência e como estou hoje. Lembrei dos momentos que vivi com meu pai, de nossas "brigas", de nossas brincadeiras, do seu modo de nos tratar, nem tão bom algumas vezes e de tantas outras coisas. Pude ouvir sua voz, acho que meu pai anda perto de mim, talvez seja o momento vivido.
A última vez que estive com ele, colocou-me em seu colo como se ainda criança fosse. Toda vez que nos víamos fazia isto. Para os pais sempre somos um pouco crianças , hoje testifico isso com naturalidade, pois faço o mesmo.
É..., saudades de um tempo vivido que não volta mais, saudades de tê-lo por perto mesmo que longe, saudades de ouvir sua voz no telefone público dizendo:
_ Oi, filha ! Tudo bem? Tô com saudades! Queria tanto te ver!
Hoje não o vejo, não falo com ele, apenas sinto saudades e tristeza de não ter tido, talvez a compreensão necessária para entender suas atitudes, respeitar suas escolhas e não ter tido tempo de lhe agradecer pelo que fez por mim, pelo seu esforço em trabalhar quase 24 horas para construir o que temos, para deixar nossa geladeira cheia, nosso armário cheio de biscoitos, trazer-nos de madrugada chocolates, esconder nosso ovo de páscoa no fundo da geladeira.
Enfim, pequenas e grandes coisas que esquecemos de dizer, de relevar, de entender, algumas são mesmo difíceis de relevar , entender ou aceitar , isto é fato. Estas foram muitas, ele não era muito fácil, mas vejo pais piores, muito piores do que o meu.
Em suma, fica mesmo a saudade, a falta que faz e assim vamos vivendo... relembrando e entendendo que estamos de passagem. Faz parte da vida, chegar à morte.
Mas, o pior é não ter tido o tempo (ou não o fazer) necessário para dizer:
-Pai, eu também te amo!

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