Discernindo a Existência

Discernindo a Existência : Será que é possível ?

A Vida é um Presente

A Vida é um Presente
Então, desfaça o laço com carinho, desembrulhe sem pressa, abra a caixa, contemple a beleza que lhe foi imputada e aproveite cada segundo desfrutando de seu bom uso.
Aproveite, ame sem preconceito, divirta-se com sabedoria, estude, conheça, informe-se, pois conhecimento ninguém lhe tira, faça boas ações, embora cometer erros faz parte da vida.
Porém, o mais importante é que realize seus sonhos, ainda que pequenos, médios ou grandiosos. Não desperdice seu tempo pensando no que poderá acontecer, faça o que puder e enquanto puder, antes que o arrependimento lhe pegue e seus momentos se transformem em frustração.
"Nós temos hora para chegar e partir, então aproveite o intervalo".

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Deixando as Sombras ou Cavernas



Faz algum tempinho e que tempinho, que escrevi este texto e nem imaginava o quanto ele é atual e pertinente em seus questionamentos. O encontrei em meus alfarrábios universitários, aqueles trabalhos que você guarda porque tirou uma nota boa. Neste caso foi uma reflexão espontânea após aula de Filosofia da Educação, com um Profº que se entitulava sempre como a própria visão do inferno, e até que não estava longe disso não. No entanto, eu adorava suas aulas, me fazia escrever muito, o que também me agrada, mas para muitos era realmente a própria visão do inferno. Para mim, ele foi sempre um incentivador e na ocasião elogiou muito a reflexão.
Em alguns momentos neste texto escrito há 7 anos atrás, parecia estar pressintindo os momentos de introspecção e reflexão que passo agora, até no uso dos vocabulários que me aproximam de outros textos que agora li e nem ao menos conhecia seus autores. Ou melhor, passei a conhecê-los tem pouco tempo, ou ainda, de dedicatórias que fiz recentemente sem me lembrar que havia escrito o primeiro.
Enfim, aquilo que nós aprendemos e apreendemos acaba realmente ficando internalizado e
você até pensa que não sabia disso ou daquilo, mas que nada..., estava guardado no seu interior.

O que segue agora é uma reflexão acerca de "O mito da caverna e o cotidiano".(Chauí, Marilena. Convite à Filosofia, pg 40)

Ao abordar a história "O mito da caverna de Platão" em seu livro , Marilena Chauí, não só expõe o seu significado a partir das indagações de Platão, mas também, nos faz refletir à respeito de nosso cotidiano .
Partindo do príncipio, que somos seres sustentados por crenças silênciosas adquiridas ao longo de nossas vidas herdadas pela cultura, família, religião, coisas e etc, indagaria: Como nos libertar de tais crenças que nos deixam marcas tão profundas? Por que em função delas resistimos à mudanças quando observamos e absorvemos (ou o podemos) raios de luz ao nosso redor? Que valores são estes tão internalizados que nos acorrentam em tais crenças? O que fazer para permitir que estes raios iluminem nosso ser libertando nossa essência, descobrindo a razão e o verdadeiro conhecimento?
Respostas, ainda não as tenho, mas penso que ao nos prendermos as nossas crenças deixamos de compartilhar saberes, conhecimentos, prazeres, amores e perdemos a oportunidade de mudar nosso interior, de criticar, indagar, ou seja, de nos transformarmos e transformar a "caverna subterrânea", ou melhor, o mundo em que vivemos.
Quando conseguimos nos libertar destas crenças tão marcadas, num primeiro momento retrucamos, e esta ação na realidade se configura em medo, "medo do novo", medo de descobrirmos que sem as nossas crenças podemos nos transformar em "bons ou maus", ou o quanto a escuridão aniquila nossas possibilidades de crescimento em todos os âmbitos.
Neste momento, nos encontramos num processo dicotômico e dialógico, pois nos vemos divididos entre tantos sentimentos, angústias e nos questionamos à respeito do que devemos fazer ou não; Como agir? Devemos sair da caverna ou permanecer nela? As dúvidas permeiam nossos pensamentos, até que nos decidamos pela libertação ou não.
Aos nos libertar destas correntes temos a oportunidade de ver o mundo e de ver os outros e ao enxergármos esta luz tão intensa que nos ilumina, nos damos a chance de entender que somos seres e não coisas, com poder de transformar, de viver o novo, experimentar desde que sejamos ousados, corajosos e astutos para compreender que nós fazemos parte de uma caverna muito maior que a anterior.
Diante de tal atitude, a luz intensificará e poderemos dividí-la com os outros que também foram marcados por crenças silenciosas. E nos transformaremos em mediadores, levando aos outros experimentarem, aprenderam e a enxergarem esta luz brilhante que ilumina um mundo bem maior que àquela caverna subterrânea que é o nosso "mundinho medíocre e particular". Embora, saibamos que existem aqueles que insistem em construí-lo, principalmente se forem dominadores.
Enfim, ao fazer esta reflexão pude entender como é importante o papel da filosofia não só na educação, mas também em nosso cotidiano. Pois ela, nos leva a olhar de outro modo para os seres, coisas, e tudo que nos rodeia e perceber como nos deixamos manipular, porque simplesmente nos permitimos dominar, não só por crenças, convenções, conceitos, preconceitos,
atitudes, valores, regras, modos de agir, pensar e etc, os quais são silenciosos em imposições.
E toda esta reflexão me faz lembrar da música cantada por Zé Ramalho, Admirável Gado Novo, principalmente num trecho que diz assim:

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"o povo foge da ignorância
apesar de viver tão perto dela.
E sonham com melhores tempos idos,
contemplam esta vida numa cela
Esperam nova possibilidade....."
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Eh! Oh!oh!oh! Vida de gado
Povo marcado eh! Povo feliz!


Cabe-nos na qualidade de educadores abrir as celas, compartilhar os saberes, conhecimentos e experiências, sem deixar de sermos seres comuns e nos libertar também destes ambientes. Para que não só o povo, mas nós seres não soframos com a ignorância e não sejamos marcados ou acorrentados por tantos mitos e nos tornemos pessoas transformadoras, críticas, conhecedores de direitos e deveres e tendo a possibilidade de iluminar e ser iluminado também.

Nota: Eu não sabia que no mesmo mês (11/03) seis anos depois, minha vida mudaria tanto. Intuições ou não, está tudo diferente e às vezes não sei avaliar o que seria melhor.

2 comentários:

  1. Como agir? Devemos sair da caverna ou permanecer nela? As dúvidas permeiam nossos pensamentos, até que nos decidamos pela libertação ou não. Entender que é possivel mudar mesmo com tantos conceitos arraigados é o desafio. Explicando: os japoneses , povo pelo qual nutro uma grande admiração, são povos regidos por um forte conceito moral-diferente dos povos ocidentais- e ainda assim estão na ponta de lança da modernidade, fazendo páreo com paises ocidentais adiantados. O saudoso e genial Claude levy strauss em seus estudos concluiu a importância da diversidade cultural para nosso planeta e por consequência para nossas vidas. Devido a essa diversidade, cada povo lida de forma diferente com o planeta e assim temos um equilibrio. Portanto, sair da caverna em direção à luz é opcional (porém ao meu ver, constitui tarefa inglória), entender essas diferênças (culturais) é dever, para aí sim, saber que mesmo dentro dessa suposta caverna existem outras possibilidades.

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  2. Gostei prof° Alex ii, tá vendo como não sabe só falar de pancadaria? Gostei da argumentação, de qualquer maneira sair da caverna ou não e o mesmo que pergunta "to be or no to be, that is de question? E estamos mesmo, sempre procurando outros caminhos, eu acho, ne!

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