O que teria acontecido?
É o que todos se perguntavam sobre aquela mulher, todos a olhavam e entre si indagavam, comentavam e pensavam....
Já não era mais a mesma, tão bonita, cabelos desalinhados ao vento, olhos amendoados e brilhantes, sempre um leve sorriso no rosto. Onde estava sua alegria? O que teria acontecido?
Tal curiosidade deixavam todos à merce de muitos comentários e sussurros.
Mais silenciosa, mais introspectiva, mais melancolica, assim parecia aquela mulher sempre tão observada. Ora por sua educação, ora por sua solidariedade ora por sua cooperação, por seus gestos, de como se apresentava, sua simplicidade e alguma gargalhada incontida, mas de alguma maneira sempre observada.
O que mudou? pensavam.
Aquela mulher sabia o que pensavam e pensava no que a fêz mudar. Em seu íntimo percebeu que as mudanças e as escolhas nem sempe agradam, mas acontecem. Aquela mulher não mudou e não escolheu, ela foi mudada e escolhida. O que a mudou também mudou, não junto com ela, mas ao largo dela.
A partir de então, percebeu que mudar, escolher, aprender pode ser um momento egoísta de cada ser. A maneira de mudar, escolher e aprender depende de como se dá o ensinar. Se ensinam mal, o aprendizado poderá ser negativo; se ensinam bem, o aprendizado poderá ser positivo.
Aprender, mudar, escolher nem sempre dependem do ponto de vista ou da vista do ponto de cada um, mas de como cada um pode influenciar e encaminhar o outro no processo ensino-aprendizagem.
Logo, nem sempre as palavras de sabedoria, autoconhecimento, positividade e etc, servem para quem foi mudado ou foi escolhido, pois a mudança não partiu dele. Este foi "conduzido, induzido ou levado" sutilmente por ter dado crédito ao que não deveria. Aquelas palavras servem sim, mas para quem mudou por opção.
Os acontecimentos do cotidiano permitem mudanças, escolhas, objetivos, subidas e descidas , ser ativo ou passivo. Permite pensar em si próprio que o escolheu e optou pela mudança, mas e o outro? O passivo(quem sofre a ação, inerente a sua vontade)? O que foi conduzido sutilmente? Alguém pensou nele? Assim pensava aquela mulher.
E a pergunta continuará : O que mudou ? O que teria acontecido?
E aquela mulher permanecerá num silencioso silêncio, no silêncio do que a silenciou e do que a mudou, no silêncio do segredo .
www.prama.pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário